"Há alguns anos atrás nas Olimpíadas Especiais de Seattle, 9 participantes, todos com deficiência mental ou fisíca, alinharam-se para a largada da corrida dos 100 m rasos. Ao sinal todos partiram, não exatamente em disparada mas todos com vontade de dar o melhor de si, terminarr a corrida e ganhar. Todos com exceção de 1 garoto que tropeçou no asfalto, caiu rolando e começou a chorar. Os outros 8, ao ouvirem o choro, pararam, olharam para trás e ao verem o garoto chorando, voltaram. Uma das meninas com Sindrome de Down ajoelhou, deu-lhe um beijo e disse: "pronto, agora vai sarar". Em seguida, os 9 competidores abraçaram-se e andaram junto até a linha de chegada. O estádio inteiro levantou-se e os aplausos duraram vários minutos. As pessoas que estavam lá naquele dia continuam repetindo essa história até hoje. Porquê? Porque lá no fundo nós sabemos que o que importa nesta vida, mais do que ganhar sozinho, é ajudar os outros a vencer, mesmo que para isso signifique diminuir o passo ou mudar o curso."
Uma grande amiga minha, após visitar o meu blog quis saber aonde encontro tanta inspiração para escrever e até este momento não conseguia responder a mim mesma esta questão, nem sabia que nome dar a isso...só sei dizer que as palavras simplesmente fluem no silêncio da minha mente, vasculham emoções, desbravam memórias de uma vida inteira e formam frases que ganham vida própria.
Noutras vezes a minha inspiração, se preferem chama-la assim, vem de sentimentos alheios, sou daquelas que sofrem com as dores dos outros, muitas vezes mais que os próprios donos.
Tive minha fase indiferente aos males do mundo, não me lembro de ter chorado muitas vezes ao longo da minha vida, muitas vezes quando apanhava dos meus pais por alguma travessura ou desafetos entre irmãos que eu sempre considerava injustiça pro meu lado eu me lembro de ter, na maioria dos casos, apenas uma reação: apanhava sem derramar uma lágrima e quando o fazia era no meu cantinho sozinha. Com o passar dos anos fui ficando sentimentalista, passional demais, mesmo assim tive, por muito tempo, vergonha de chorar até vendo filmes. Eu vivia verdadeiras aventuras aos sábados no Éden Park! Com as sessões geralmente esgotadas, sempre que eu via um filme mais dramático acabava mergulhada em lágrimas mas meu maior medo era que as pessoas vissem os meus olhos inchados e o rosto molhado, por isso, findo o filme e antes que acendessem as luzes, lá ìa eu que nem Indiana Jones, correndo pra saída mais próxima, me esbarrando em todo mundo e quando via as luzes da rua dava graças a Deus por me livrar de mais um vergonha pública. Só perdi esta ridícula mania com o Titanic, saí tão cabisbaixa com a morte do Jack e pelo triste destino da Rose que nem dei importância pelo que os outros pudessem pensar de mim. Só depois fui perceber que a maioria da plateia estava tão ou mais triste que eu. A partir desse episódio passei a estravasar todas as minhas frustrações nos filmes. Choro sim e hoje sei que não há mal nenhum nisso!
É engraçado como o tempo torna-nos sensíveis demais não é mesmo? Ou o correto seria dizer exigentes demais? Tudo o que antes era dispensável ganha uma importância imensa nas nossas vidas, até as coisas mais banais. Por outro lado, muito daquilo que era verdade absoluta deixa de fazer sentido em questão de segundos.
Já fui ridiculamente apegada a coisas tão futéis, sentimentos frívolos, dei exagerada atenção a pessoas vazias, mentes pequenas. Corri atrás de sensações passageiras, perdi muito do meu tempo procurando respostas inexistentes para perguntas desnecessárias; falei mais do que me era permitido quando deveria ouvir, fui inconveniente quando deveria calar e perdi a voz no momento certo de expressar o que ia-me na alma.
Hoje confesso que não sou menos inconveniente do que antes, há coisas em mim que simplesmente não mudam por mais que eu queira, o que mudou foi meu modo de ver o mundo e as pessoas que vivem nele. Hoje tenho um olhar mais realista, mais humana, intimista até, da vida. Cheguei à conclusão que não preciso ter razão sempre, é bom errar, faz parte do processo de amadurecimento pelo qual todos nós passamos. Há bem pouco tempo atrás eu me recusava a aceitar desvios de percurso, exigia muito de mim mesma, cobrava prazos e metas e quando não as conseguia alcançar sentia-me a pessoa mais incompetente do mundo.
Hoje sou mais cautelosa nos planos, não deixei de sonhar mas perdi boa parte do otimismo de antes; por mais doloroso que isso possa ter sido, aprendi a esperar da vida e das pessoas exatamente o que elas estão dispostas a dar, sem me iludir que eu mereço mais ou menos!
Hoje confesso que não sou menos inconveniente do que antes, há coisas em mim que simplesmente não mudam por mais que eu queira, o que mudou foi meu modo de ver o mundo e as pessoas que vivem nele. Hoje tenho um olhar mais realista, mais humana, intimista até, da vida. Cheguei à conclusão que não preciso ter razão sempre, é bom errar, faz parte do processo de amadurecimento pelo qual todos nós passamos. Há bem pouco tempo atrás eu me recusava a aceitar desvios de percurso, exigia muito de mim mesma, cobrava prazos e metas e quando não as conseguia alcançar sentia-me a pessoa mais incompetente do mundo.
Hoje sou mais cautelosa nos planos, não deixei de sonhar mas perdi boa parte do otimismo de antes; por mais doloroso que isso possa ter sido, aprendi a esperar da vida e das pessoas exatamente o que elas estão dispostas a dar, sem me iludir que eu mereço mais ou menos!
Já bem dizia o nosso saudoso Bob Marley:
"As vezes construímos sonhos em cima de grandes pessoas, o tempo passa e descobrimos que
grandes mesmo eram os sonhos, e as pessoas pequenas demais para torná-los reais"
grandes mesmo eram os sonhos, e as pessoas pequenas demais para torná-los reais"
Na verdade, percebi que quanto mais eu achava que merecia, menos eu desfrutava das minhas conquistas por querer sempre mais; por anos eu deixei de saborear minhas vitórias por considerá-las pequenas demais em relação ao planos que traçava para o meu futuro. Hoje descobri que o futuro foi ontem, está acontecendo agora...o amanhã é apenas outro dia qualquer.
Vivi intensamente todos os momentos de felicidade: apaixonei-me milhares de vezes, morri de amores à primeira vista, fiz promessas eternas, vivi de sonhos. Tinha sede de emoções, novidades, sensações, conhecimento e sentia-me no dever de absorver tudo de um só gole sem dar tempo suficiente ao meu corpo para se adaptar à mudança. Com o passar dos anos aprendi que a intensidade das coisas está exatamente no prazer de desfrutá-las calmamente...sem pressa alguma. Mas essas lições só a vida pode te ensinar, o tempo é o melhor aliado do homem, ele lhe dá a oportunidade de tropeçar, levantar, aprender e, o melhor de tudo, se renovar e seguir em frente!
Fico às voltas com este assunto, palavra puxa palavra e não chego ao centro da questão. Todo esse avalanche de sentimentalisto surgiu depois de eu ler essa linda história que transcrevi no começo deste post. Espero que, assim como eu, o texto faça-vos refletir. Longe de mim querer passar sermão, dar conselhos ou algo parecido, como disse anteriormente a minha fase de verdades absolutas está definitivamente ultrapassada. Não me considero um exemplo para ninguêm!
Quero simplesmente estimular a reflexão num mundo corrido, em que quase nunca temos tempo para os outros ou mesmo de parar por uns minutos, analisar os nossos atos e seus impactos na nossa vida e na das pessoas à nossa volta.
Como o texto diz todos as crianças voltaram atrás e ajudaram o menino a chegar à meta e isso faz-me lembra das vezes em que andamos na rua indiferentes aos problemas dos outros, sem ao menos olhar pelo canto do olho sem dizer que nem paramos para oferecer ajuda ou perguntar se está tudo bem. Eu mesma repreendo-me por agir assim em várias situações: uma pessoa chorando no autocarro, uma criança dormindo na rua, um velho pedindo esmola ou um simples solitário desconhecido que decide conversar e em todas essas situações eu ignoro a voz interior que pede-me para ouvir e ajudar. Acredito que todos já passaram por situações parecidas...isso nos torna criaturas insensivéis ou apenas individuos acomodados?
Numa Era da internet onde as redes sociais ditam tendências, desencadeam manifestações, revolucionam países, reunem internautas em prol de uma mesma causa e conectam milhões de pessoas ao redor do nosso planeta, como é possível sermos tão passíveis quanto aos problemas que acontecem na nossa cidade, nossa rua ou mesmo nas nossa relações pessoais? Me pergunto quantos de nós sabe o nome do vizinho do lado ou se lembra do aniversário daquele velho amigo que perdemos contato há muito tempo?
Outro fato curioso é essa nova moda de ter dezenas ou mesmo milhares de amigos no facebook, twitter e outras redes e só sermos realmente amigos de 10, no máximo 20, os outros se dividem em conhecidos (que não nos lembramos do nome), desconhecidos (que nem nos lembramos do rosto) e inimigos (para mante-los próximos).
Somos da geração plugada, que está sempre conectada. Não sabemos viver sem electricidade, sem tecnologia, nossa vida privada é do domínio público, as amizades são passageiras e a família há muito perdeu seus padrões tradicionais. Nunca tivemos tanto acesso a informações e conhecimento, cada dia que passa evoluimos como seres inteligentes que dominam todos os cantos deste planeta e aí eu pergunto: aonde foi que nos perdemos neste processo? O que acrescentamos de valor a toda essa evolução, esse crescimento tecnológico, esse acúmulo de informação? Qual o uso que fazemos dessa crescente relação interpessoal? E porque na maioria das vezes aplicamos todo esse conhecimento para causar dor, devastação ou simplesmente para proveito próprio? Se estamos tão conectados porque nos sentimos cada dia mais sós?
Considero uma bizarra contradição termos todo esse arsenal científico a nosso favor e não utilizamo-o para melhorar a vida das pessoas, levar alegria e bem estar ao próximo, fazer o bem. Com tantas formas de nos conectar-mos com o mundo, ao invés de utilizar-mos essas ferramentas para criar laços de amizade, patriotismo, troca de experiências e partilhar o bem, nós usámo-lo na maioria das vezes para ferir, magoar, difundir preconceitos, disseminar discórdias, destruir lares, acomular inimigos e invejar os próprios amigos. Prova disso é a atenção que a midía dá às campanhas ambientais, de solidariedade ou qualquer outra que esteja incentivando boas práticas, bem-sucedidas na web: porque ainda vivemos num mundo em que isso ainda é motivo de curiosidade e desperta tanto interesse da midía? Ok, é tudo por uma boa causa e deve ser assim mas isso me leva a pensar que se qualquer noticia boa gera tanta comoção, estaremos nós acostumados apenas com as noticias ruins que já não despertam o interesse de ninguêm? Porque nos acomodamos tanto ao que está mal?
Não custa nada fazer o bem, pelo contrário, a gratificação de ver alguêm feliz por algo que eu disse ou fiz me orgulha e dignifica, não para os outros e sim por mim mesma. Conheço pessoas que encontram prazer em magoar, quando podiam dizer palavras gentis; outras que são felizes na discórdia quando tudo o que precisamos é de paz; tem outras que só dão quando recebem algo em troca, negoceiam até um sorriso!
Tudo isso para vos dizer, caros amigos, que não custa nada ser-mos humanos uma vez ou outra. Vamos nos doar mais, mas doar mesmo, de coração e não pela metade. Tem horas que um simples abraço remove a mais alta das montanhas; somos seres sociáveis, temos fibras que nos conectam uns aos outros, paremos de olhar apenas para a frente e prestemos mais atenção a quem está do lado.
Plante boas palavras e sentimentos para que possas colher melhores amigos; atraia e espalhe energias positivas e verás que o universo conspirará a seu favor; tente não guardar rancor pois ele corrói o coração e fragiliza a mente, saiba perdoar, dê sempre uma segunda chance, oiça mais e julgue menos; valorize os amigos e os inimigos, em vez de mantê-los próximos, descarte-os, só assim a vida fará realmente algum sentido neste mundo tão maluco!
1 comentários:
Oii Boca Doce, tud dret?
Gostaria de trocar algumas dicas sobre blog contigo.
MSN: dai-varela@hotmail.com
Dá fala. Abraço
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